domingo, 17 de abril de 2011

Miss Imperfeita


Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. =D 

Sou a Miss Imperfeita, muito prazer!=D 
Aquela mulher perfeita, cheinha de defeitos...=D Aquela que acha que o homem ideal, também é imperfeito, numa imperfeição que combina exatamente com a minha. =D

A "imperfeita" que faz tudo o que precisa fazer...como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições,  cuido da casa, administro, limpo, cozinho, lavo e passo, cuido das filhas, marido, telefono sempre para minha família, levo meus pets aos veterinário, procuro minhas amigas para sairmos juntas, namoro, viajo,  faço meu devocional diário, vou à igreja, vou ao shopping, praia, teatro e ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de emails, faço revisões no dentista, mamografia, vou à academia e caminho por uma hora ao ar livre diariamente, compro flores para enfeitar a minha casa todo domingo, providencio os consertos domésticos e ainda faço balayge, as unhas e depilação! ufa! =D

E, entre uma coisa e outra, eu costumo beber muita água,  depois do sexo... =D =D

Portanto, sou uma mulher moderna, superocupada, mas não uma workholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.


Primeiro: a dizer NÃO. 

Você sabe dizer não? 
Diga não, e dê um sorriso. =D
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. 

Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero... pois inclua na sua lista a Culpa Zero!!! =D


 


Quando eu nasci, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lme apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento eu seria modelo para os outros. Meu pai e  minha mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que eu não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho. =D

Eu não sou uma mulher maravilha! Eu sou, humildemente, uma mulher.

E, se eu não aprender a delegar, a priorizar e a me divertir, bye-bye vida interessante!!! Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.

Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de roupas...(e haja tempo!! =D)
Tempo para sumir dois dias com seu amor... Três dias... Cinco dias!!! =D
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um jogo de lençol novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Tempo para voltar a estudar.

Tempo para engravidar e ser mamãe.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Não se mede pelo número de pratos lavados no escorredor de louças ou pelas vezes que acordamos sonolentas no meio da noite para atender ao chamado de um filho.

Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra. =D

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada.
Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem. =D


Precisa respeitar o mosaico de si mesma, e privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida passar pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsinha Prada,    aquela suíte do hotel 5 estrelas e o maravilhoso batom da M.A.C. Mas, se  a gente precisa  "vender a alma ao diabo"  para ter tudo isso, francamente,  a gente tá precisando rever nosso valores neh?!

E descobrir que uma bolsinha de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado!!! =D) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante.

BezzooÔs

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De vez em quando tiro o mar de lá e ponho em mim. Só pra refletir a luz da lua.